quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A história não contada dos Cinco (XIII). A história se repete

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A história não contada dos Cinco (XIII). A história se repete

Havana, 21 out (Prensa Latina)Dois dias após o encontro de García Márquez na Casa Branca, diplomatas estadunidenses em Havana se aproximaram das autoridades cubanas. Tivemos uma série de discussões centradas principalmente em que Estados Unidos tinha descoberto a respeito de planos terroristas contra aeronaves civis e na advertência que a Administração Federal de Aviação (FAA) se tinha sentido obrigada a emitir. Durante esses intercâmbios Estados Unidos solicitou formalmente que uma delegação de alto nível do FBI viesse a Havana com vistas a receber de sua contraparte informação sobre a campanha terrorista que tinha lugar nesses momentos. Durante a preparação dessa visita o secretário de Estado assistente, John Hamilton, comunicou que "desta vez eles queriam enfatizar a seriedade da oferta dos Estados Unidos de pesquisar qualquer evidência que [Cuba] pudesse ter".As reuniões tiveram lugar em Havana nos dias 16 e 17 de junho de 1998. À delegação norte-americana entregou-se-lhe abundante informação, tanto documental como testimonial. O material entregado incluía as investigações relacionadas com 31 atos terroristas, que tinham tido lugar entre 1990 e 1998, muitos promovidos pela Fundação Nacional Cubano-Americana, que também organizou e financiou as ações mais perigosas levadas a cabo pela rede de Luis Posada Carriles. A informação incluía listas detalhadas e fotografias de armamentos, explosivos e outros materiais confiscados na cada caso. Adicionalmente, 51 páginas com evidências relacionadas com o dinheiro contribuído pela FNCA a vários grupos para realizar atividades terroristas na Ilha. O FBI recebeu também gravações de 14 conversas telefônicas nas quais Luis Posada Carriles se referia a ataques violentos contra Cuba. Entregou-se uma detalhada informação de como localizar ao notório assassino, tais como endereços de suas casas, lugares que frequentava, e os números de placa de seus automóveis em El Salvador, Honduras, Costa Rica, República Dominicana, Guatemala e Panamá.O FBI levou-se os expedientes de 40 terroristas de origem cubano, a maioria dos quais vivia em Miami e os dados para encontrar à cada um deles. A delegação norte-americana levou-se também três mostras de duas gramas a cada uma de substâncias explosivas de bombas desativadas antes de que pudessem explodir no Hotel Meliá Cohiba em 30 de abril de 1997 e em um ônibus de turistas em 19 de outubro de 1997, bem como o artefato explosivo confiscado a dois guatemaltecos em 4 de março de 1998.Ao FBI também se lhe entregaram cinco fitas de vídeo e oito de áudio e suas transcrições com as declarações dos centroamericanos que tinham sido presos por colocar as bombas nos hotéis. Aí eles falavam de seus vínculos com quadrilhas cubanas e em particular com Luis Posada Carriles.A parte norte-americana reconheceu o valor da informação e comprometeu-se a dar uma resposta o mais cedo possível.Nunca tivemos uma resposta. Ninguém sabe com certeza o que o FBI fez com as evidências e com a pormenorizada informação que recebeu em Havana. Definitivamente não a utilizaram para prender a nenhum dos criminosos nem para abrir nenhuma investigação.Já não estava o Departamento de Estado preocupado pela informação que eles mesmos tinham reunido a respeito de ataques terroristas a aviões comerciais? Que passou com sua preocupação pelas vidas e a segurança dos passageiros, incluindo as dos passageiros norte-americanos?É essa a forma de "tomar medidas imediatas" em um problema "que merece a completa atenção de seu Governo, do qual eles se ocupariam urgentemente" como solenemente prometeram na Casa Branca? Ou de "enfatizar a seriedade da oferta dos Estados Unidos"?Pode presumir-se que o FBI compartilhou a informação que obteve com seus sócios em Miami.Se os fatos têm algum significado esse foi sem dúvida o caso. O 12 de setembro de 1998, quase três meses após a visita a Havana conhecemos através dos meios de imprensa da detenção de Gerardo, Ramón, Antonio, Fernando e René, e de que o Sr. Pesqueira, chefe do FBI em Miami, estava, nesse sábado na manhã, visitando a Ileana Ros Lehtinen e Lincoln Díaz-Balart aos Congressistas batistianos de Miami para informar do encarceramento dos cinco cubanos.A história repetia-se. Em 1996 o Presidente Clinton deu instruções de pôr fim às provocações aéreas de Irmãos ao Resgate, mas quando suas ordens chegaram a Miami a liga local conspirou para fazer exatamente o contrário. Em 1998 o mesmo Presidente parecia estar disposto a pôr fim às ações terroristas contra Cuba e também contra os norteamericanosâ, mas quando suas intenções se conheceram em Miami o FBI as destruiu completamente.O Sr. Pesquera reconheceu em uma coletiva de imprensa que sua maior dificuldade foi conseguir a autorização de Washington para prender aos Cinco. Sem dúvidas deveu ter sido assim. Não se supõe que Washington esteja do outro lado na luta contra o terrorismo?O Sr. Pesquera e suas cumpinchas ganharam. Eles provaram ser capazes de ignorar a lei e a decência, e deixar no ridículo de novo ao Comandante em Chefe dos Estados Unidos. Recordam a Elián? (Tomado de CounterPounch e CubaDebate).(*) O autor é presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba

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